Único sinal de que estamos vivos há tempos é o envelhecimento! Por que tanto receio em usar essa identificação: “Estou envelhecendo”?
Como diz o conceito, sofrer os efeitos da passagem do tempo não é uma ofensa ou, pelo menos, não deveria ser!
Associado sempre a uma decrepitude, o velho, em desuso, em especial o envelhecer, tornou-se uma ofensa, os próprios envelhecidos se defendem: “Só a alma envelhece”, “ou velho de corpo, porque de espírito…”.
Envelhecemos inteiros e, particularmente, não há outra forma. A diferença está no olhar que se coloca.
Essa fase da vida – sim, porque estar velho, é estar vivo – modifica corpo, cabelo, traços e, por mais desenvolvidos que sejam os recursos para encobrir, disfarçar essas mudanças, as marcas do tempo, o processo não para. Ainda bem, pois quando ele parar será sinal que não estamos vivos.
Durante nosso amadurecimento biológico e mental criamos recursos para desenvolver, superar, e o envelhecer afeta muitas capacidades. Porém, à medida que gerações avançaram, nosso tempo de vida se prolongou e aos 50, 60, 70 anos uma pessoa continua ativa. Uma pessoa inativa na velhice, que desistiu de buscar interesses, deixa a impressão que desistiu da vida.
A pessoa que desenvolve interesses é ativa, a impressão da atividade é de valorização da vida.
Sim, temos de considerar as vivências individuais: tristezas, doenças, perdas, ou seja, como cada um vive e viveu suas marcas. Não somos iguais! Temos uma história familiar, uma constituição física e psíquica e suas próprias características.
Mas precisamos não ter medo de olhar para o envelhecer como parte da vida e como algo natural, onde há desconfortos, mas muitas possibilidades de viver bem. Não se compare com os jovens, essa fase já passou, você já foi assim. Aproveite sua experiência, os aprendizados e transforme o envelhecer numa fase diferente com busca de bem-estar e qualidade de vida, projetos diferentes, novos interesses.
Tempo nos traz perda, não há o que fazer! Mas como lidaremos com isso fará toda a diferença!
Por dra. Eliete Celi Martini Orsi (CRP 06-15998-1), psicóloga.
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